segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Dona Celeste: Uma Cidadã Benemérita Palmarina


Sábado, 05 de Dezembro, na entrega de Títulos de Cidadão Palmarino no Plenário da Câmara de Vereadores de União dos Palmares, muitos dos 18 homenageados se emocionaram, mas quem mais emociou os presentes  foi Dona Celeste. Ela recebeu o Título de Cidadã Benemérita de União dos Palmares, proposto pelo vereador Manoel Feliciano, por sua luta incansável pela punição dos acusados do duplo homicídio dos jovens João e Fábio, ocorrido em julho de 2006, no Bairro Roberto Correia de Araújo.

"É um exemplo a ser seguido por todos os palmarinos. Se todos os familiares de vítimas de violência tivessem a coragem e determinação de Dona Celeste a impunidade seria deduzida drasticamente", disse o vereador Manoel Feliciano.

UMA INCANSÁVEL BATALHADORA NA LUTA POR JUSTIÇA

Maria Celeste Cachate da Silva, nascida em 26 de junho d 1947, casada, mãe de cinco filhos, residente na Rua Gabino Besouro, 87, Centro, encontrava-se em Brasília, em tratamento de saúde, quando soube da morte de seu neto, o desportista João Francisco Simões de Azevedo, assassinado com requintes de crueldade juntamente com o jovem Fabio de Lima Silva, num bar do Bairro Roberto Correia de Araújo, o maior bairro de União dos Palmares.

Apesar de transtornada não mediu esforços para estar presente no sepultamento de seu neto e a partir de então iniciou uma verdadeira cruzada por justiça e contra a impunidade.

A fim de dar celeridade ao processo Dona Celeste viajou varias vezes à Brasília onde acionou o Conselho Nacional do Ministério Público através da procuradora Ivani Auxiliadora Mendonça dos Santos. Também Comandou várias manifestações pelas ruas de União dos Palmares com centenas de pessoas clamando por Justiça.

Determinada, Dona Celeste esteve no Palácio do Governo onde tentou audiência com o Governador Teotônio Vilela. Foi encaminhada para o Secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, em seguida falou com o Delegado Geral de Polícia, Marcílio Barenco.

Todo esse esforço resultou na chegada do inquérito nas mãos do delegado Cícero Lima que comandou as investigações que apontaram as irmãs Ivonete Maria Lopes e Luciana Dantas da Silva, conhecidas como Vânia e Lúcia “Dantas”, e Augusto Dantas da Silva, como autores intelectuais do duplo homicídio que teve como vítimas o jogador de futebol João Francisco Simões de Azevedo e o marchante Fábio de Lima Silva.

O inquérito também apontou como executores os pistoleiros Cristiano Flor da Silva, o “Galego”, sobrinho das mandantes, Claudevan Cícero da Silva, o “Van”, além de Luís Carlos da Silva, o “Vigia”, e de Fábio Borges – estes dois últimos teriam dado apoio ao atentado.

Depois da prisão Dona Celeste luta agora para levar os assassinos do seu neto a julgamento. Ela espera que sua luta sirva de inspiração para outras pessoas que tiverem ou venham ter parentes vitimados pela violência: “Se todas as mães e avós fizerem como eu, não deixarem impunes as mortes de seus entes queridos, com certeza a violência diminuirá porque é a impunidade que encoraja esses assassinos. Lutem como eu fiz esses últimos três anos, e a justiça prevalecerá”, conclama essa avó, exemplo de coragem e persistência na luta por justiça e contra a impunidade.

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